quarta-feira, 13 de junho de 2012

WIKI TURMA CRISTIANE GESTEIRA

MÍDIAS NA EDUCAÇÃO - UMA PROPOSTA REVOLUCIONÁRIA

Em meados do século XV com a invenção da imprensa e a criação da prensa, por Johannes Gutenberg, modificou profundamente a sociedade e a história, popularizando e facilitando a disseminação do conhecimento, da informação e da literatura. Livros foram impressos e ideias foram espalhadas. O direito ao saber chegava às mãos do povo.
Mais tarde, mais especificamente no século XX, quando se acreditava que não haveria mais novidades no campo da divulgação de informações, a humanidade presenciou a mais nova e interessante revolução da era tecnológica: o computador e, logo depois, a internet. Devido as suas características de integração e, pela capacidade de chegar a grandes contingentes de pessoas a internet fez com que aumentasse ainda mais a velocidade da troca de ideias entre as pessoas, o exercício criativo e a produção, bem como, a divulgação cultural, artística e científica.
Inventada para servir aos interesses de órgãos militares e universidades, a Internet rompe fronteiras e chega até os lares, modificando consideravelmente a maneira do ser humano se relacionar com o mundo, com o outro e consigo mesmo. Hoje é possível realizar atividades como fazer compras, ter acesso a noticiários, a serviços bancários, serviços públicos e a obras culturais e artísticas, conhecer pessoas e encontrar amigos sem sair de casa.
Além das facilidades no campo da comunicação e da informação, o computador agregou a Internet, permitindo também a integração entre as telecomunicações e os tradicionais meios de comunicação (rádio, jornal, televisão, mídia impressa, etc.) em um único artefato, incrementando ainda mais a convergência tecnológica e midiática. Texto, som, imagem e número coexistem em um único dispositivo, integrando as mais variadas funções.
Assim, é impossível negar que a tecnologia esteja por toda a parte, desde telefones celulares, canetas ópticas entre outros. Mesmo as regiões mais longínquas que não dispõem desses recursos tecnológicos, de alguma forma estão envolvidas no que se pode chamar de “cultura tecnológica”. E quando ocorre a resistência ou dificuldade na interação de pessoas nessa cultura, essas são chamadas de analfabetos das imagens.
Segundo Pretto (1996 p. 99) , “o analfabeto do futuro será aquele que não souber ler as imagens geradas pelos meios eletrônicos de comunicação. E isso não significa apenas o aprendizado do alfabeto dessa nova linguagem. É necessário compreender que esse analfabetismo está inserido e é conseqüência da ausência de uma razão imagética, que se constitui na essência dessa sociedade em transformação.”
Para resolver essa questão é necessário que inicialmente se adquira uma intimidade com os novos meios de comunicação e informação; o que no caso de países como o Brasil torna-se mais complicado, já que um dos maiores desafios ainda é a superação do analfabetismo da língua. Porém, o analfabetismo das imagens, da comunicação e da informação e a incorporação vêm suplantando o analfabetismo da língua. A escola não deve ser responsabilizada como a única alternativa para solucionar o problema citado, contudo pode-se dizer que: uma nova escola deverá ser construída para enfrentar os desafios do novo milênio que se avizinha mesmo sendo claro que ela não existe isoladamente e, certamente, não será somente por meio dela que se promoverá a transformação da sociedade. É justamente ai, que entra o papel do educador, já que este realiza o papel de auxiliar os seus alunos no processo de construção do conhecimento, e para isso pode se utilizar do uso de diversas tecnologias.
Diante de tal evolução, a convergência das mídias se faz cada vez mais necessária para que haja interatividade entre os meios de comunicação, tornando assim, a troca de informações um processo mais dinâmico.
A utilização de mídias e suas convergências estão muito presentes nas escolas, por exemplo, com a utilização de aparelhos celulares para criação de documentários sobre determinados assuntos, a rádio na escola que é utilizada para informar e entreter, blogs criados por professores e alunos a fim de divulgar os trabalhos realizados, entre outros. Percebemos, então, que as mídias podem ser um grande aliado no processo de aprendizagem, pois, os professores podem utilizá-las de diversas maneiras, interagindo-as.
Nesse sentido, o papel do educador no uso das tecnologias para o aprendizado é bastante complexo e difícil, porém a sua atuação vai estar intimamente relacionada à sua preparação, que se dá através de teorias e conhecimentos necessários, mas principalmente pela prática. Dessa forma a preparação do professor para atuar com o uso de computadores entre outras tecnologias em sala de aula deve ser feita em termos da própria metodologia pedagógica que norteia o aprendizado.
Inegavelmente, o objeto principal de todo processo educativo é o aluno e este vem mudando à passos largos acompanhando à demanda de um mundo onde as alterações ocorrem em velocidade luz. Na contramão deste processo, o cenário educativo anda emperrado por se ater às tradicionais práticas pedagógicas. Nesse sentido, é necessário haver uma nova proposta pedagógica nas escolas a fim de que professores e alunos assumam o papel de autores de um mesmo processo educacional interativo.
No entanto, infelizmente, o que se observa no âmbito educacional brasileiro é que a escola ainda anda a passos lentos no que diz respeito à convergência das mídias. Para perceber essa realidade, basta observar a forma como professores e alunos lidam com os recursos tecnológicos até mesmo em seu cotidiano. Nesse contexto, qual a condição do professor? Ele passa por um momento crucial, já que os principais atores do processo educacional - os alunos - já nasceram rodeados de elementos que dão uma dimensão espaço-temporal completamente diferente quando comparada à geração do professor. Para a geração digital os diversos recursos que propiciam as múltiplas formas de comunicação, interação, aquisição e produção de informação são muito naturais e óbvios, ao passo que o professor, em sua grande maioria, parece não conseguir acompanhar...
Segundo Moran: “O que está claro é que se abre um abismo entre as gerações mais antigas e as mais novas na sua relação com as tecnologias no cotidiano... É muito difícil que nós, mais analógicos, consigamos uma comunicação profunda com as crianças digitais.”
Dessa forma, ficam bem marcados ritmos e velocidade completamente distintos entre ambos. Vive-se uma intensa fase de transição e, quem sabe até, de muitas dúvidas entre o antigo e o novo, o tradicional e o inovador, as permanências e as mudanças. Essa realidade amplia ainda mais o compromisso do professor e da escola já que, inegavelmente, para a maioria das pessoas é na escola que se dá a única chance de aquisição do conhecimento acumulado, da ciência e da tecnologia. As tecnologias sempre estiveram presentes na educação, o grande detalhe é que as inovações demandam de uma atitude mais proativa dos protagonistas do ato de ensinar.
Autores diversos, preocupados com os resultados educativos e com o desperdício e desuso das novas tecnologias clamam por mudanças. Barbero nos diz que não basta introduzir os meios e tecnologias para que se alcance os efeitos das tão sonhadas mudanças tecnológicas. Seria, sim, necessário, inserir no ambiente escolar um ecossistema comunicativo composto, desde as experiências culturais heterogêneas, envolvendo as novas tecnologias da informação e comunicação do entorno, quanto configurar de forma prática e eficaz o espaço educacional, para que, assim, o processo de aprendizagem longe de ser enfadonho e desproposital, passe a ter seu encanto.
Com o desenvolvimento cada vez maior das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), aprender a aprender se tornou um lema e necessidade vital. Caregnato (2000, p.48), desperta essa questão quando coloca que “... uma das características fundamentais do profissional do futuro é a capacidade de aprender e renovar–se continuamente, desenvolver habilidades relacionadas à localização, seleção, acesso e utilização da informação ...” Então, compreendemos que “aprender a aprender” é uma excelente estratégia no processo de autonomia do aluno, porém, resta questionar a posição do educador diante deste processo, será que este também desenvolve o seu autoaprendizado, para que assim possa direcionar o educando de forma a potencializar o desenvolvimento de suas inteligências múltiplas contextualizadas com a sua necessidade de conhecer melhor o mundo que o cerca, de forma analítico-comparativa, para que assim se situe e se expresse de uma forma melhor?
Assim, é lícito afirmar que se a sociedade se modificou, a escola precisa estar engajada a esse novo cenário. Por isso, existe uma necessidade urgente de o professor modificar também a sua postura em sala de aula a fim de que professores e alunos possam ser autores de um mesmo processo educacional interativo.
Uma ótima maneira de patrocinar essa interação é trazer a realidade do discente para a sala de aula, propondo atividades que envolvam a convergência das mídias, já que estas, conforme esclarece o conteúdo do módulo, "induzem emissores e receptores a participarem ativamente do processo comunicacional e, não raro, trocarem papeis".
Paulo Freire (Pedagogia do oprimido, 2005), coaduna com essa ideia quando, ao tratar da concepção do conhecimento e do aprender, afirma que “ o conhecimento é algo a ser construído na coletividade, pelo qual o movimento da ação–reflexão é tida como fundamental". Sua pedagogia se caracteriza por ser dialógica e também dialética, interação que é garantida pela convergência das mídias, já que esta parte de uma relação dialógica e dialética em rede e contribui com uma aprendizagem significativa por parte dos professores e alunos.
Partindo dessa ideia, pode-se afirmar que a convergência das mídias influencia nosso modo de ser, de estar, de agir e se comunicar no mundo. Portanto, influencia nosso modo de aprender e ensinar. O termo convergência é empregado para designar a integração de texto som, imagem e número à tecnologia digital. Um só espaço, um só dispositivo e muitas funções integradas.
Quando integramos dispositivos digitais, estamos gerando a convergência de mídias. No nosso cotidiano isso tem se tornado algo comum e tem provocado mudanças significativas no modo com que as pessoas se relacionam. E a interatividade tem sido o destaque nestas mudanças. Vale ressaltar que a interatividade não é algo recente, no entanto a convergência de mídias fez com que surgisse um processo “bidirecional”, onde o sujeito ao mesmo tempo se torna emissor e receptor.
O processo de evolução das tecnologias tem nos desafiado a todo o momento. A Web 1.0, por exemplo, já esta ultrapassada diante das novas possibilidades fornecidas pela Web 2.0. Enquanto, a primeira desta representava “uma central distribuidora de informações atualizadas e troca instantânea de mensagens”, nessa nova web 2.0 “a rede digital deixa de ser um simples espaço onde se disponibiliza conteúdos para se transformar em um local onde as informações são construídas a partir da participação dos usuários”. Sendo as principais características da Web 2.0 autoria, serviços on-line e compartilhamento e abertura.
Pode-se dizer então que a grande contribuição das novas tecnologias de informática e comunicação é que ao mesmo tempo que elas rompem as barreiras do espaço temporais possibilitando a comunicação à distância e em tempo real de múltiplos sujeitos geograficamente dispersos, fornecem estruturas técnicas para a comunicação e o acesso à informação em rede.
E a educação, como tem se posicionado diante de tantas transformações no campo tecnológico? Tem interagido?
Inegavelmente, as tecnologias já foram incorporadas ao sistema educacional, no entanto, observa-se que é necessário que haja uma sistematização dos projetos a serem desenvolvidos. Muitos profissionais da educação, por exemplo, não estão tendo a capacitação necessária para lidar como esta evolução tecnológica. Por outro lado alunos que tem contato com a internet via celular, via computador não utilizam esta ferramenta de forma adequada na construção do conhecimento. As novas tecnologias devem ser incorporadas ao currículo de modo a atingir objetivos pré-determinados, buscando desenvolver a ideia de professor orientador e de aluno construtor do conhecimento.
Uma outra ideia bastante interessante sobre a convergência das mídias, encontrada no texto, Convergência cultural-midiática: as tecnologias e a fruidez da juventude na cibercultura, nos diz que: “ ao tomar a convergência midiática como objeto de estudo, percebemos que narrativas “benditas e malditas” também são construídas sobre ela. Isso acontece porque a convergência midiática, resultado da agregação de várias mídias no mesmo artefato tecnológico, facilita usos e abusos da mídia e das tecnologias da informação para gerar males como violência, racismo, práticas sexistas e etc. Os produtores dessas narrativas pertencem à mesma sociedade que cria e utiliza as benesses produzidas pela convergência midiática.
Essa realidade reforça ainda mais o compromisso da escola no que diz respeito à inserção das tecnologias no currículo. Ora, se o discente convive com uma realidade que pode lhe trazer tanto benefícios quanto malefícios, a escola é, em sua essência, um lugar de formação cidadã e pode desenvolver uma consciência positiva no aluno quanto ao "bom" uso das TICs.
Agindo assim, as instituições educacionais cumprirão também uma função não menos importante no processo ensino-aprendizagem: a de ensinar como acontecem o conhecimento e a informação, já que o conhecimento não para de acumular, ficando impossível para as escolas acompanharem a dinâmica tecnológica sem se instrumentalizar.
A esse respeito, a teoria de Piaget, mostra que o conhecimento não é transmitido,e sim construído através de descobertas que são interiorizadas. Além disso, no módulo nos é proposto que "... professores e alunos sejam produtores e divulgadores de suas pesquisas e projetos. "
Parece impossível imaginar o cotidiano sem as TICs. Estas, por sua vez, têm um papel de suma importância no desenvolvimento de habilidades para atuar no mundo atual, possibilitando ao educando ser inserido em um processo de aprendizagem para contribuir com suas vivências no meio social, intelectual e profissional e até mesmo trabalhar várias competências no campo das diversidades e atitudes no processo de aprendizagem.
A partir dessa premissa é que alguns teóricos apontam a diferença do momento que vivenciamos, como cita Castelles (2003), que seria a penetrabilidade dessa revolução, isto é, o relativo grau de sua penetração em todos os domínios da atividade humana.
Portanto, mais do que conhecer as tecnologias é imprescindível usá-las como instrumento de ensino e aprendizagem, se apropriando conscientemente desses meios. É tornar possível o acesso dos alunos ao ambiente e instrumentos tecnológicos, numa visão de políticas educacionais que busquem a atuação do cidadão participante na sociedade.
Nesse cenário, as tecnologias já fazem parte da vida do ser humano e em especial de nossos alunos e, por isso, devem ser usadas sempre a serviço do ensino dos conteúdos curriculares. As redes sociais, como o Orkut, Facebook, Twitter, Blog, entre outros, faz com que haja um compartilhamento online e possam transformar as aulas em algo mais atrativo, interessante e que os alunos possam ser coparticipantes no processo de aprendizagem e ensino em vez de meros espectadores. Criar-se-á assim, uma rede de informações, incentivando a construção de sua identidade a autoria da sua pesquisa, não esquecendo de que o professor tem um papel importante, o de mediador, indicando, acompanhando e avaliando todo o processo.
Vale lembrar que podemos nos valer também da convergência tecnológica e da modalidade de aprendizagem que buscam de forma rápida promover espaços de interação comunicativa e social de modo a viabilizar uma aprendizagem significativa. Para Silva e Consolo (2008), a disseminação e o uso das tecnologias móveis provocam a reflexão sobre os conceitos, de proximidade, distância e mobilidade, bem como a construção de novos conceitos, pois com seu uso emergem novas práticas culturais. Portanto, vale ressaltar que num mundo MULTIMIDIÁTICO tudo é extremamente dinâmico onde há novas possibilidades de interação e comunicação: é o mundo da sociedade da informação e do conhecimento.
Conforme afirma Sathler, a convergência digital permite que uma parcela cada vez maior de pessoas se expresse e se vincule a outras, utilizando textos e recursos audiovisuais. E-mails, blogs,sites,redes sociais,compartilhamento de arquivos e mensagens instantâneas são alguns dos exemplos mais comuns a se relacionarem por novos meios.
O acesso à informação hoje é bastante facilitado pelo simples fato da “democratização” da internet. Contudo, a questão crucial deixa de ser apenas o acesso à informação, mas, sobretudo, a formação de uma atitude investigadora, crítica, comparativa, seletiva.
O avanço tecnológico produz um avanço no desenvolvimento humano, causando impacto na forma de produzir e consumir conhecimento. Autores como Valente (1993) acreditam que o computador é um bom requisito no processo ensino-aprendizagem, se usados para ensinar.
O interessante é que, nós, seres humanos, estamos constantemente criando e recriando as diversas matizes inseridas nas mídias sociais, integrando nossas diversas formas de expressão, que vão desde o uso da imagem, texto, som, hipertexto e nos apropriando das diversas, e confortáveis formas de tecnologias que a evolução e globalização nos conduz de forma convergente, inclusive, Briggs e Burke (2004), no livro “Uma História Social da Mídia”, deixa claro esta apropriação tecnológica que, independente das resistências, são, de acesso tão natural que, por mais surpreendente que possa parecer, atropelam o tradicionalismo educacional, através da exibição de uma clientela que se sentem como um piloto em uma ferrari super pontente, dentro de uma pista com calçamento tradicional, demandando reduções de velocidade e marcha) entendendo-se aqui como pilotos nossos alunos e como pista tradicional a escola num cômputo geral.
De acordo com Adolfo Oleari, Convergência de mídias não é um processo tecnológico que reúne múltiplas funções dentro de um mesmo equipamento, mas sim uma "uma transformação cultural, à medida que os consumidos são incentivados a procurar novas informações e fazer conexões em meio a conteúdos midiáticos dispersos".
Sabe-se que um dos principais obstáculos à aprendizagem dos estudantes ultimamente refere-se ao desinteresse e à baixa autoestima de alguns. Nesse sentido, o uso das TIC pode ser uma proposta de tornar mais significativo e atrativo o espaço escolar, contribuindo para diversificar os tempos e espaços de aprendizagem e, consequentemente, despertar o desejo de aprender. A convergência das mídias possibilita ultrapassar os limites das metodologias convencionais, baseadas na transmissão do conhecimento, estabelecendo uma maior flexibilização do tempo e do espaço de aprendizagem, em uma dinâmica que permite aos estudantes a autoria e a interatividade.

Os estudantes podem ser incentivados a participar de forma mais ativa do espaço escolar, com oportunidades para expressão da criatividade, desenvolvimento do pensamento reflexivo, crítico e investigativo, e do senso de responsabilidade e de colaboração, assim como com possibilidades de entretenimento e de interação. Também é importante ressaltar a ampliação das competências comunicativas com o domínio de diversas linguagens, e, a conseqüente melhoria da aprendizagem. A integração de mídias facilita o acesso ao conhecimento, pois além da rapidez para a troca, o acesso e a veiculação de informações, há uma diversificação considerável de meios disponíveis.

Realmente, utilizar uma ou outra tecnologia em sala de aula não é algo novo. Negar que as tecnologias de informação e comunicação estão presentes na escola seria, no mínino contraditório, visto que as mesmas fazem parte do cotidiano de estudantes e professores e assim sendo, não há como negarmos que está presente também na escola. Porém, o que importa agora é inserimos as mesmas no cotidiano de nossas aulas, não como mero instrumento de ilustração, mas como instrumento de construção de conhecimento. Para tanto se faz necessário uma transformação na estrutura da escola, pois hoje ela ainda funciona nos moldes da sociedade do lápis e do papel.
Uma mudança nos cursos de formação de professores no sentido de formar profissionais capazes de lidar com todo esse aparato tecnológico, uma resignificação do que seja a ação do professor em sala da aula. O professor dono do conhecimento não tem mais lugar nesse sociedade midiatica, esse professor transmissor de conhecimentos já não satisfaz mas ao educando plugado e antenado em velocidades inimaginaveis.
Como diz Moran , precisamos acompanhar a evolução dos tempos para não nos tornarmos obsoletos, mas antes de tudo precisamos fazer uso dessas tecnologias com responsabilidades, para que as mesmas possam tornar-se instrumentos de libertação e não de dominação.

Há mais de uma década atrás, Perrenoud, em sua obra "Novas Competencias para Ensinar" (2000) já nos alertava para a necessidade de uma reflexão critica sobre a utilização dessas tecnologias em sala de aula. O mundo anda a passos largos e a escola a passos curtos. De longas datas sabemos da necessidade da escola acompanhar essas mudanças, mas a mesma parece parar no tempo. Mesmo diante dessa necessidade não devemos nos deixar levar pura e simplesmente pelo modismo, mas sim por uma necessidade da instituição escola sair do desconforto e buscar novas possibilidades de produção do conhecimento. Ao se inserir as novas tecnologias nas aulas com responsabilidade e comprometimento estas serão instrumentos poderosos, no terreno fértil da sala de aula. Mas, não devemos perder de vista a necessidade de estarmos sempre nos questionando, sempre problematizando, pra não ser apenas mais um modismo que em nada contribui para a construção de uma educação de qualidade, principalmente na escola publica.
Se pensarmos nas Tics como modismo, continuaremos, no ambiente escolar, muito aquém da tecnologia. As novas tecnologias da informação e comunicação trazem realmente novos desafios pedagógicos para as escolas. Nós, professores, precisamos aprender a gerenciar os vários espaços e a integrá-los de forma aberta, equilibrada e inovadora. Em contra partida, a escola precisa ter uma nova postura, capaz de contribuir para que a inserção e uso seja adequado à sua clientela, e os alunos, precisam ter noções reais de construção dos seus próprios conhecimentos, para que desenvolvam o espírito crítico e da capacidade de raciocinar.
Segundo Moran, "as tecnologias nos ajudam a realizar o que já fazemos ou
desejamos. Se somos pessoas abertas, elas nos ajudam a ampliar a nossa comunicação; se somos fechados, ajudam a nos controlar mais. Se temos propostas inovadoras, facilitam a mudança.”
Portanto, passemos a pensar no uso das mídias, não como modismo, mas como possibilidades reais de mudança. Vale salientar que, se por uma lado os alunos estão imersos nos ambientes virtuais, e já possuem uma cultura midiática, por outro cabe ao professor fazer uso estratégico desses recursos em sala de aula de modo inteligente e criativo.Porque mais importante do que ter disponíveis materiais de apoio em sala de aula, é trabalhar de forma contextualizada, que permita a participação de todos por meio das TICs.
As tecnologias são pontes que abrem a sala de aula para o mundo, que representam e modificam o nosso conhecimento do mundo. São diferentes formas de representação da realidade, de forma mais abstrata ou concreta, mais estática ou dinâmica, mais linear ou paralela, mas todas elas, combinadas, integradas, possibilitam uma melhor compreensão da realidade e o desenvolvimento de todas as potencialidades do educando, dos diferentes tipos de inteligência, habilidades e atitudes.

Não podemos negligenciar o uso das inúmeras ferramentas tecnológicas que estão à nossa disposição, pois estas têm um papel primordial em nossas vidas. Seja no nosso cotidiano ou em qual quer situação educacional, haja vista, que nós profissionais da educação devemos estar sempre abertos e atentos a todo processo que de alguma forma possa contribuir para o enriquecimento de nossas aulas.
Contudo, nós professores temos uma função imprescindível na educação, e devemos assumir uma postura ativa, criando estratégias que propicie os nossos alunos a desenvolver processos de aprendizagem por meio dessas variadas ferramentas tecnológicas. E neste sentido, cabe ao professor, não esquecer que o fundamental é analisar o quanto é importante integrar essas tecnologias à educação, sendo o objetivo maior: a formação humana e cidadã do aluno.
Segundo Piaget (1972), o conhecimento é construído nas interações entre o sujeito e o meio, dependendo dos dois ao mesmo tempo e, portanto, a interação é a ação entre pessoas e o meio, que geram a conservação, a formação ou a transformação das estruturas cognitivas e a construção de novos significados. Assim, urge a necessidade de utilização, por professores, de atividades didáticas com o propósito de ampliar a interação entre professor-aluno e aluno-aluno e expandir os processos educativos para além do tempo e espaço da sala de aula.

Pensando nessa necessidade de expansão para além do tempo e espaço da sala de aula, acredito que precisamos, também, resignificar a nossa atuação. Há a necessidade de pensarmos que no seculo XXI saber aprender e ensinar é um desafio permanente, como afirma João Beauclair, em artigo publicado em setembro de 2007, onde ele nos conduz a questionarmos nossas práticas em busca de uma superação para que possamos assim fazer valer, dentro do cotidiano escolar, "as dimenssões humanas da Ética e da cidadania Ativa". Assim sendo, como convivemos em um mundo permeado por novas tecnologias, cabe refletirmos sobre como esse aparato tecnológico pode significar e ao mesmo tempo ressignificar a nossa prática. Devemos buscar a compreenssão do que já fora dito por Freire, "aprender é ensinar e ensinar é aprender".
Nessa perspectiva, o professor da Nova Ordem Tecnológica deve se permitir admitir que não é o detentor de todo o conhecimento, que também está aprendendo e se tornar de fato um pesquisador. Pedro Demo defende que o ato de educar está ligado ao incentivo do desenvolvimento da habilidade de pesquisar. Segundo o autor, a curiosidade que leva à pesquisa é intrínseca ao ser humano, esta afirmação também é feita por Piaget como citada em linhas acima, contudo a escola dos séculos anteriores podava essa curiosidade e gerava a forma de aprendizagem que Paulo Freire chama de educação bancária. Ainda segundo Demo, a base da educação escolar deve ser a pesquisa e não a sala de aula. Se o professor atual não buscar renovar o entendimento da sua nova postura profissional, ele se colocará automaticamente contrário ao uso das mídias como instrumento de ensino-aprendizagem pois verá essas tecnologias como seus concorrentes (AMORA in FREIRE, 2008).
Ainda sobre este tema da pesquisa, Marcos Bagno afirma que ensinar a aprender "é não apenas mostrar caminhos, mas também orientar o aluno para que desenvolva um olhar crítico." Isso significa encaminhá-lo à pesquisa, contudo, ainda conforme Bagno, observa-se uma lacuna na formação inicial da maioria dos professores da educação básica que não foram orientados a se tornarem pesquisadores. Essa deficiência provocaria as inquietações dos professores atuais sobre como fazer para introduzir novas ferramentas a sua prática docente.
Tudo que foi dito até o momento aponta para uma direção: a postura do educador frente às novas tecnologias e ao seu uso em sala de aula. José Manuel Moran, no vídeo intitulado Tecnologia aplicada à Educação II afirma que "o uso das tecnologias na educação é um processo que não tem volta". Portanto, é preciso que o professor saiba utilizar pedagogicamente essas ferramentas no processo de ensino e aprendizagem.
Até aqui não há nada de novo, mas é importante discutirmos que são necessárias algumas condições para que esse educador consiga cumprir esse papel. Moran afirma também, na parte I desse vídeo que "não basta ter vontade, tem que ter condições: formação, salário, educação continuada". Às vezes imagino que estamos encurralados. Sabemos da nossa importância como mediadores desse processo, ou seja, precisamos orientar nossos alunos no bom uso de todos esses recursos e devemos nós mesmos saber utilizar pedagogicamente esses recursos. Entendemos que cumprindo esse papel, aumentam as chances de nossos educandos terem um maior interesse pela escola, aumentam as possibilidades de que de fato ele aprenda. Mas temos consciência também de que nos faltam as condições para exercermos esse papel: a formação é deficiente, a valorização é precária. Será que diante desse quadro conseguiremos encarar essa tarefa imprescindível, mas árdua?
Nos vídeos citados anteriormente, há uma referência ao livro "A hora da geração digital", onde o autor afirma que o jovem dessa geração digital é mais esperto, rápido e tolerante à diversidade. O jovem dessa geração prefere aprendizado colaborativo ao aprendizado individual, mas sabemos que é necessário também que ele produza individualmente e, segundo Moran, cabe a nós o papel de mediador entre essas duas realidades.
Temos estudado em todas essas etapas desse módulo sobre as imensas possibilidades do uso das Mídias na Educação e diante disso cabe a nós, EDUCADORES, vários papéis. Temos duas opções: encararmos a nossa responsabilidade, cientes de que há um longo caminho a ser percorrido (capacitação, valorização, etc.) ou desistirmos de tudo. Surge o questionamento: Será que temos mesmo as duas opções?

Autores: Turma Cristiane Cabral - Curso de Mídias


CLODOALDO RAMOS ARAÚJO
DÉBORA REGINA DE MACÊDO SANTANA
ELVIRA RAMOS RIOS DE SANTANA
EMÍLIA OLIVEIRA RIOS DE LIMA
FÁBIO JESUS DOS SANTOS
GILSEMARE SANTA ROSA ARAÚJO
GLEIMA ALBERNAZ VANIN SUZART
IVANA GOMES SILVA
JANICE MACÊDO DA MATTA SIMÕES
JOAO FABIO PEIXINHO COSTA
JORGE ADRIANO CARNEIRO NUNES
JOSE ERAIMUNDO CARNEIRO SANTOS
JOSE RICARDO SUZART
KARINE NEIVA DA LUZ
LELIAN OLIVEIRA CERQUEIRA
LILIAM MARIA SAMPAIO SANTANA
LUCINEIDE OLIVEIRA CERQUEIRA 
MÁRCIA CRISTIANE FALCÃO DE OLIVEIRA
MÁRCIA PEREIRA SANTOS
MARCIA REGINA SILVA BATISTA DE OLIVEIRA
MARIA DELVACY CORDEIRO CEDRAZ
MARIA DO SOCORRO BATISTA DE JESUS CRUZ
MARIA LUCIA DOS SANTOS RODRIGUES
MARIA VANDECY ALMEIDA SOUZA
MARILENE CAPINAN SOUZA ROCHA
MARINALVA COSTA ALBUQUERQUE
MARINALVA DE OLIVEIRA SILVA
MIRIAN SANTANA DE OLIVEIRA
ROSE MARY ALVES COSTA
TACIANA MOURA SILVA
VANDERLENE MENDES DE SOUZA